21.1.08

Mudança de casa, re-arranjo de arquivos

Tô em tempos de "mudança de casa". E isso significa arrumar arquivos de computador, organizar, apagar, re-encontrar velhos textos perdidos não no tempo, mas na correria do dia-a-dia. E relembrar velhas utopias, velhos pensamentos, velhas estórias, velhos hábitos... tudo velho... mas nada mudado. Isso significa que não houve uma certa "evolução"? Se em 5 anos eu achasse textos escritos havia 5 anos, eu poderia crer que não era evolução. Mas hoje eu continuo tendo quase as mesmas utopias, pensamentos, estórias e ilusões de 5 anos atrás. E me sinto sim evoluída. A vida tem sido boa pra mim... bom chegar à essa conclusão, né?

Certa vez acreditei na inocência das crianças.
Acreditei em genética.
Acreditei que meu país seria um lugar decente para estar.
Acreditei em Deus.
Acreditei no Diabo.
Acreditei que bastava saber para conhecer.
Acreditei havia diferença entre mãos e pés.
Acreditei em casamento.

Acreditei em matemática.
Acreditei que sexo casual não me comprometeria.
Acreditei que expressar minha opinião não me isolaria.
Acreditei em amor.
Acreditei em sorvete de chocolate.
Acreditei em medicina.
Acreditei em liberdade.
Acreditei em Camões.
Acreditei em dinheiro.
Acreditei que sofrer a toa não valia a pena.
Acreditei que parir um filho não doía.
Acreditei em cidadania.
Acreditei em diamantes.
Acreditei em remédios.
Acreditei que correndo chegaria mais cedo.
Acreditei que o ser humano era racional.
Acreditei nas palavras.
Acreditei nas pessoas.
Acreditei que mais cedo acordasse, mais Deus me ajudaria.
Acreditei em miséria.
Acreditei na Globo.
Acreditei nesse pedaço de papel.
Acreditei em mim mesma.
Acreditei na estúpida crença que me fazia acreditar.
Acreditei.
Hoje duvido.

Pra ler ouvindo "I believe I can fly", do R. Kelly

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