14.2.08

Dicionário

Dicionário da semana (quiça do mês!):

Aniversário
17 de fevereiro

Filosofia
Mais uma vez entrei, será que ficarei?

Brasília
Nova casa? Tomara!

Casaugusta
Já me deixando saudade! Bruno e Marcelo!

Dinheiro
Tentando não pensar nisso...

Amores
Amores loucos, amores perros, amores amores, amores findos, novos amores

Jazz
Amor

Escrever
Sub-entendido

Ciúmes
Existe sim!

Saudades
Demais daquele homem...

Pra ler ouvindo: "Só tinha de ser com você", na voz de Elis Regina
(mas não descartando Rita Lee)

21.1.08

Presságios de casaugusta?



Na Avenida Paulista

Na esquina com a Rua Augusta

Tem um pipoqueiro.

Toda vez que Ana por ali passa

Ela compra uma pipoca

Doca

Bem vermelhinha.

Do que ela se lembra?

Do que ela quer se lembrar?

Afinal de contas,

Quem é o pipoqueiro?

Ela não tem todas as respostas.

Ela só sabe que aquela pipoca

Doce

Bem vermelhinha

Faz com que ela se sinta bem,

Seja indo para o trabalho às seis da manhã

Seja voltando para casa às onze da noite

Seja esperando que um dia

O pipoqueiro perceba

Como aquela pipoca

Doce

Bem vermelhinha

Faz Ana lembrar que está viva.

Intenção

Intenção

Entender a intenção de cada gesto, de cada palavra, de cada olhar. Queria entender essa intenção. Falar, olhar, respirar: tudo isso me é uma intenção e tem agora um novo significado.

Cada expressão deixa de ser um emaranhado de palavras para tornar-se uma intenção. Os olhos, vivos, passam a valorizar atitudes e assegurar incertezas. Os braços deixam de pedaços para se tornarem infinitos. O corpo deixa de ser inteiro para se tornar uma das metades. Bocas unidas se confundem em uma só. Laços se constroem à margem das relações. Perde-se a vontade e se ganha entusiasmo. Perde-se a vergonha e se ganha a liberdade.

Será possível depreender da intenção um valor que me capacite a entender tudo isso? Cada palavra lida, cada expressão sentida, cada gesto querido, cada beijo perdido a cada olhar descrito deixam a intenção que têm para deixar. Só nos basta compreender que cada uma das tantas intenções que nos é oferecida vale para demonstrar uma palavra antes perdida, um sentimento agora exposto.

Só me resta esperar para entender o que um beijo, um olhar, um toque, uma palavra pode intencionar. E, para esperar, eu preciso de um pouco mais que sua intenção.

Pra ler ouvindo "Chuva de Prata", na voz da Gal Costa.

Mudança de casa, re-arranjo de arquivos

Tô em tempos de "mudança de casa". E isso significa arrumar arquivos de computador, organizar, apagar, re-encontrar velhos textos perdidos não no tempo, mas na correria do dia-a-dia. E relembrar velhas utopias, velhos pensamentos, velhas estórias, velhos hábitos... tudo velho... mas nada mudado. Isso significa que não houve uma certa "evolução"? Se em 5 anos eu achasse textos escritos havia 5 anos, eu poderia crer que não era evolução. Mas hoje eu continuo tendo quase as mesmas utopias, pensamentos, estórias e ilusões de 5 anos atrás. E me sinto sim evoluída. A vida tem sido boa pra mim... bom chegar à essa conclusão, né?

Certa vez acreditei na inocência das crianças.
Acreditei em genética.
Acreditei que meu país seria um lugar decente para estar.
Acreditei em Deus.
Acreditei no Diabo.
Acreditei que bastava saber para conhecer.
Acreditei havia diferença entre mãos e pés.
Acreditei em casamento.

Acreditei em matemática.
Acreditei que sexo casual não me comprometeria.
Acreditei que expressar minha opinião não me isolaria.
Acreditei em amor.
Acreditei em sorvete de chocolate.
Acreditei em medicina.
Acreditei em liberdade.
Acreditei em Camões.
Acreditei em dinheiro.
Acreditei que sofrer a toa não valia a pena.
Acreditei que parir um filho não doía.
Acreditei em cidadania.
Acreditei em diamantes.
Acreditei em remédios.
Acreditei que correndo chegaria mais cedo.
Acreditei que o ser humano era racional.
Acreditei nas palavras.
Acreditei nas pessoas.
Acreditei que mais cedo acordasse, mais Deus me ajudaria.
Acreditei em miséria.
Acreditei na Globo.
Acreditei nesse pedaço de papel.
Acreditei em mim mesma.
Acreditei na estúpida crença que me fazia acreditar.
Acreditei.
Hoje duvido.

Pra ler ouvindo "I believe I can fly", do R. Kelly

Eu em tempos de decisão

Menina afixionada por rock'n'roll
Menina que resolveu brincar de rock'n'roll
Menina que resolveu fazer do rock'n'roll uma parte de sua vida

Menina que também adora Direito
Menina que brinca de interpretar leis
Menina que por meio do Direito vai realizar grandes coisas

Menina que brinca de Direito e de rock'n'roll
Menina que quer Direito e rock'n'roll
Menina que um dia vai ter que escolher entre Direito e rock'n'roll

Pra ler ouvindo "I wanna rock and roll", do Kiss.

A injustiça dói



Uma criança...


... passa fome e se alimenta de sofrimento.
... brinca de boneca e vende o corpo como mulher.
... sonha com o céu e vive no inferno.
... chora de solidão e sorri ante um pedaço de pão.
... decepciona-se com os pais e venera uma lata de cola.
... anda pelas ruas e pára diante da vida.
... cresce vazia de amor e morre cheia de ódio.
... corre da polícia e engatinha para fugir de si mesma.
... acorda sozinha e dorme com medo.
... acredita na fatalidade e não crê na esperança.
... limpa o vidro do carro e suja seu espírito.
... vê-se sem destino e cega-se com o preconceito.
... veste-se de dor e despe-se por dinheiro.
... encara a violência e amedronta-se com o futuro.


Alguns de nós choramos com a cena, enquanto outros passam por ela sem perceber que ali reside a semente de sua própria destruição, o extermínio do ser humano.

Palavras como humanidade, solidariedade, compaixão e esperança são suplantadas por idéias mesquinhas, egoístas e burras. Cabe àquele que sente dor diante da injustiça livrar-se dela, lutando contra o destino cruel e por vezes imutável de um pequenino ser, de uma pequenina criança.
Pra ler ouvindo o silêncio.

13.1.08

Casual

Definição de casual pro dicionário Michaelis:
1 Que depende do acaso, que aconteceu por acaso. 2 Acidental, eventual, fortuito, ocasional.

Trechos de uma matéria da Veja (blegh):

"Cada vez mais mulheres aceitame buscam o sexo sem compromisso,com amigos ou desconhecidos"

Como a coisa rola
• O sexo casual normalmente acontece depois de uma noitada numa boate com muita bebida. Locais mais comuns: carro, praia, lugares públicos.
• Para aventuras, elas preferem desconhecidos ou "os amigos da noite", com quem mantêm uma amizade superficial.
• Os atributos físicos e a perícia amorosa do eleito contam mais do que qualquer coisa.

Candidatos a "ficantes"
• ex-namorado (vantagem: confiança)
• amigo (vantagem: carinho)
• desconhecido (vantagem: anonimato)
• homem muito mais jovem (vantagem: baixíssima expectativa de compromisso)
• homem muito mais velho (vantagem: experiência)

Eles adoram me fazer de otária...

Ela adora me fazer de otário
Para entre amigas ter o que falar
É a onda da paixão paranóica
Praticando sexo como jogo de azar...
Uma noite ela me disse: quero me apaixonar
Como quem pede desculpas a si mesmo
A paixão não tem nada haver com a vontade
Quando bate é o alarme de um louco desejo...
Não dá pra controlar, não dá
Não dá para planejar
Eu ligo o rádio e: blá blá
Blá blá blá blá eu te amo...
Não dá pra controlar, não dá
Não dá para planejar
Eu ligo o rádio e: blá blá..eu te amo...
A sua vida burguesa é um romance
Um roteiro de intrigas, para Felini filmar
Cercada de drogas, de amigos inúteis
Ninguém pensaria que ela quer namorar.
Reconheço que ela me deixa inseguro
Sou louco por ela, e não sei o que falar
O que eu quero é que ela quebre a minha rotina
Que fique comigo e deseje me amar...
Não dá pra controlar, não dá
Não dá para planejar
Eu ligo o rádio e: blá blá
Blá blá blá blá eu te amo...
Não dá pra controlar, não dá
Não dá para planejar...

Música pra acompanhar: "Eu te amo" - Lobão

9.1.08

O primeiro sempre existe


Começo mais um blog. Mais um. Tentativa forçada em acreditar que eu posso ser no mínimo disciplinada a ponto de escrever algo por dia. Haverá dias com três posts. Outros, sem nada. Mas, enfim, é começo de ano e teoricamente a gente se apronta pra fazer coisas novas, coisas que sempre quis fazer, coisas diferentes. A única diferença é que eu já faço tudo isso. Aliás, apresentação.


Mulher (adendo: essa simples palavra por si só traz uma série de conseqüências - ora horripilantes, ora "olha a minha sorte") que acaba de entrar pro mundo dos adultos. Não tô gostando muito disso não. Por enquanto, só pedradas. Porque as plumas eu já tinha antes. Ainda no conflito "será que vale a pena ser tudo isso ao mesmo tempo?". E claro: também falar verdades distorcidas (afinal de contas, isso é um blog).

Disso tudo, fica a pergunta: por que "vida em cor de rosa?". Vida fácil, o senso comum diz. Contradição, eu quero que pensem. Porque minha vida é cor de rosa: rosa choque, rosa bebê, rosa pink, rosa claro... cada tom indica uma mudança de fase.
Beijo,
Carol
Música pra acompanhar: "No one knows" - Queens of the Stone Age